ELEIÇÕES GERAIS 2022 finalizadas, agora é cuidar da cidadania e transformação digital.
- Flávia Valéria
- 7 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de jan. de 2023

As eleições gerais de 2022 foram uma das mais polarizadas da história do Brasil, interferindo, para além de relações institucionais, na convivência diária entre familiares, amigos e colegas.
Após a divulgação dos eleitos, entre eles o próximo presidente da República, indispensável considerar os passos seguintes para o desenvolvimento tecnológico do Brasil e de sua cidadania digital, que foi severamente testada por conta do ambiente de desinformação (fake news) que imperou por todo o período eleitoral.
A força das redes sociais foi demonstrada nesse recente período eleitoral, nas quais as campanhas se debruçaram sobre o algoritmo, em diversas plataformas, para alcançar cada um de seus eleitores. Grande parte do corpo a corpo comum de uma campanha eleitoral foi feito via redes sociais.
Mas do que nunca ficou clara a necessidade de uma regulação mínima, abrindo o debate sobre contas em redes sociais disseminadoras de desinformação. O interesse público deve sempre ter supremacia devendo ser preservado ante a confusão causada sobre o que seja LIBERDADE DE EXPRESSÃO não se confunde com LIBERTINAGEM DA EXPRESSÃO, como já abordei em outro post.
Logo após a divulgação do 2º turno da eleição presidencial, vários chefes de Estado parabenizaram o candidato eleito, entre os quais o Presidente Macron da França e Biden dos EUA. Biden inclusive já tinha avisado que tão logo as eleições fossem concluídas, reconheceria a vitória do candidato eleito, como foi feito por comunicado oficial via Casa Branca.


Atualmente, qualquer análise do cenário geopolítico mundial deve considerar o prisma da tecnologia, sob pena de ser superficial. Nesse ponto, além de considerar a presente crise econômica global, não se pode perder de vista a atual disputa pela supremacia tecnológica entre EUA e CHINA.
Nessa disputa, uma das estratégias dos EUA é cercar a China e seus parceiros, como ficou claro no recente incidente envolvendo Taiwan, ponto extremamente sensível para a China, e que diz respeito diretamente no que pode ser chamada de “batalha pelo controle dos chips de semicondutores”.
O Brasil não pode esquecer que em termos de parceiro comercial, a China representa cifra significativa no PIB brasileiro, enquanto os EUA, em muitos produtos, chegam a ser um concorrente do Brasil, no cenário do comércio internacional, de forma que o Brasil deveria evitar se indispor com a China.
Então, uma parceria que envolva BRASIL-EUA, deverá evitar, como termo de acordo, a diminuição de relações diplomáticas com a China.
Outro ponto sensível, diz respeito ao BRICS (Brasil, Russia, India, china, Africa do Sul) que estava avançando significativamente, inclusive para mudança do padrão monetário entre esses países, já nos idos de 2016.
Do ponto de vista econômico, o BRICS não é interessante para os EUA, por mexer no padrão dólar da economia global, tanto que um dos projetos atuais dos EUA, é tentar fazer de sua CBDC (central bank digital currencie) no caso o dólar digital, o novo padrão de troca internacional.
Se o custo dessa parceria dos EUA ao Brasil, for a imposição de um distanciamento Brasil-China, o preço poderá ser alto demais.
Do ponto de vista tecnológico, sabe-se que os EUA estão visceralmente empenhados a retomar sua independência tecnológica, com todos os programas que têm feito nesse sentido desde o início de 2021, com destinos monetários significativos para projetos que classificou como indispensáveis para resguardar a soberania dos EUA.
Poderia até ser uma parceria interessante ao Brasil, mas da mesma forma, se custar a relação Brasil-China, poderá ser economicamente inviável.
Com a palavra o Itamaraty e o futuro Ministro da Fazenda!
No plano interno, entre os diversos desafios, pode-se pontuar a necessidade de avanço na transformação digital do país, além do incentivo e desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Para tanto, a educação voltada para essa transformação digital, na perspectiva de habilitar o pensamento crítico para o combate a desinformação, e desenvolvimento das habilidades tecnológicas do país se torna imperiosa, afinal preparar tecnicamente os atuais e futuros trabalhadores para os novos empregos, nessa era digital, é tarefa para ontem.
Pensar e preparar o Brasil para os futuros que estão se desenhando já é um desafio a ser enfrentado pelos eleitos, com pautas sensíveis já no congresso nacional, como a regulamentação da inteligência artificial, criptoativos e o próprio tom do desenvolvimento da CBDC brasileira (real digital).
As presentes e futuras gerações agradecem o investimento feito agora em ciência e tecnologia.

Flávia Valéria Nava Silva
Certificada pela Unic em digital currencies.
Mestranda em Blockchain e Criptocurrencies pela University of Nicosia (Unic) pelo departamento Institute for the future.
Pós-graduada em Direitos Difusos, Coletivos e Gestão fiscal pela ESMP/MPMA.
Pós-graduanda em Neurociência, psicologia positiva e mindfulness pela PUC-PR
Promotora de Justiça no Estado do Maranhão.
Pesquisadora em inovação, futuros, direito e cidadania digital.
Coordenadora do Projeto de pesquisa da ESMP-MPMA MP Trends
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