INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA
- Flávia Valéria
- 17 de abr. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de abr. de 2023

Artefatos e engenhocas eletrônicas estão cada vez mais presentes no cotidiano humano, integrando o trabalho (fontes de pesquisas como google e Youtube), as relações sociais (algoritmos das redes sociais), além de alguns equipamentos como a Alexa, difundidos no ambiente doméstico, sem falar da Siri do sistema IOS, da Apple, e tantos outros.
De um modo ou de outro, ao longo do dia, uma pessoa tem contato com algum mecanismo tecnológico que utilize algum nível de inteligência artificial. Acredito que poucas pessoas, provavelmente os residentes nos locais mais remotos, ainda não estabeleceram qualquer contato com algum mecanismo de inteligência artificial.
Afinal, com o desenvolvimento tecnológico acelerado do final do século XX, as engenhocas e artefatos começaram a se misturar na convivência humana.
Então, se a IA ainda não faz parte de suas reflexões, talvez seja chegada a hora de descobrir as potencialidades e os desafios dessa era de inteligência artificial. Sugiro começar pelas seguintes reflexões:
« O que poderia definir inteligência ?
Você se considera um ser humano inteligente?
E o que distinguiria a inteligência humana da inteligência artificial?
O que é inteligência artificial? »
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Com o surgimento das primeiras máquinas e o avanço das pesquisas, uma questão foi colocada pelos cientistas pesquisadores: poderiam vir as máquinas ter a capacidade de pensar ?
As máquinas sendo criadas no mesmo padrão e linha de pensamento tendem a imitar o processo do pensar humano. É como se fosse uma cópia das redes de processamento do cérebro humano transplantados para o algoritmo de uma máquina.
E, nesse processo de imitação, os riscos da transferência dos vieses sociais e humanos estariam presentes, perpetuando as discriminações sociais, seja no campo do gênero, seja pela cor da pele.
Antes de buscar entender o que seriam esses vieses (abordarei os vieses em um texto específico) na programação e funcionamento de um algoritmo de inteligência artificial, prudente retroceder aos primórdios da construção desse novo saber, conhecido por inteligência artificial.
Desde as primeiras colaborações em torno da IA, já nos idos de 1955, quando o matemático e neurologista Marvin Minsky, juntou-se com o outro matemático John Mccarthy, e, também, com Claude Shannon (matemático e criptógrafo), além de Nathaniel Rochester (cientista da computação da IBM) decidiram testar o trabalho de Turing, famoso por sua tese que se transformaria no TESTE DE TURING, consistente na identificação se uma máquina está apta a pensar, assim formulada:
“Se algum dia um computador conseguir responder a perguntas de maneira indistinguível dos seres humanos, então ele deve estar pensando.” (Turing)
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Turing, em 1930, descobriu que um programa e os dados usados poderiam ser armazenados dentro de um computador. Ele distinguiu assim o que seria o software, o hardware e os dados inseridos no software para que o hardware processasse. Na verdade, a grande indagação de Turing foi:
“As máquinas poderiam pensar?”
A equipe formada por Minsky estava decidida a comprovar a seguinte teoria:
“Caso fosse possível descrever cada característica da inteligência humana, logo se poderia ensinar uma máquina a simulá-la.”
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Não tardou a perceberem que precisariam reunir um grupo maior de pesquisadores para avançar nas teorias e proposições sobre a inteligência artificial.
Para tanto reuniram um grupo de notáveis, de composição heterogênea, com psicólogos, matemáticos, físicos, especialistas cognitivos, cientistas da computação, engenheiros, cientistas sociais. Nos primórdios desse novo saber humano, para construção de máquinas que pensam, deveriam identificar o que significa pensar, e como a mente humana funciona.
O nome que essa equipe conferiu a essa atividade foi INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
Minsk entendia por inteligência artificial, a capacidade de uma máquina:
*Produzir pensamentos complexos ;
*Se expressar por meio da linguagem ;
*Fazer escolhas.
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Esses estudos iniciais sobre IA realizados Minsky e sua equipe influenciou o matemático britânico E. J. Good que considerou a possibilidade de criação de uma máquina ultra inteligente, que poderia desenvolver máquinas bem melhores do que os humanos, ocasionando uma explosão de inteligência, deixando a inteligência do homem para trás. Em sua visão:
« A primeira máquina ultra inteligente seria a última invenção do homem .» (E. J. Good)
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Nessa formulação, estava sendo desenhado o que viria a ser conhecido, nos tempos atuais, por « Machine Learning ».
O conceito de inteligência artificial não é uniforme entre todos os pesquisadores. Em linhas gerais, pode-se considerar:
“Inteligência artificial como um sistema que toma decisões autônomas, que executam ações repetidas ou simulam a inteligência humana, como reconhecer objetos, resolver problemas, compreender a linguagem e usar a estratégia para atingir objetivos.” (Amy Webb).
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O incremento da capacidade tecnológica do começo do século XXI permitiu o avanço das teorias iniciais da IA, que agora contavam com um componente indispensável para a sua evolução: a capacidade computacional e de processamento de dados.
Nesse quesito capacidade de processamento de dados, deve-se considerar a limitação biológica da mente humana de realizar esse processamento de dados numa escala ascendente, diferentemente da capacidade dos processadores de inteligência artificial que podem cada vez mais atingir níveis avançados de processamento.
Tanto é assim, que alguns equipamentos, como os aparelhos celulares e demais portáteis como tablets são tidos como extensão do corpo humano, dada a capacidade limitada de armazenamento dos corpos biológicos humanos, iniciando-se assim, uma espécie de hibridização homem-máquina, que se encontra no seu nascedouro. É como se o corpo biológico humano fosse um hardaware limitado, cujo up grade só fosse possível com a junção de equipamentos eletrônicos.
A inteligência artificial não se trata de moda passageira, e por isso importante que todos, em todos os continentes, em todas as áreas de conhecimento, possam começar a debater sua utilização e impactos doravante na humanidade.
Ainda há tempo, mas esse « tempo » não é longo… !

Flávia Valéria
Certificada pela Unic em digital currencies.
Mestranda em Blockchain e Criptocurrencies pela University of Nicosia (Unic) pelo departamento Institute for the future.
Pós-graduada em Direitos Difusos, Coletivos e Gestão fiscal pela ESMP/MPMA.
Promotora de Justiça no Estado do Maranhão.
Pesquisadora em inovação, futuros, direito e cidadania digital.
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